30 de setembro de 2011

Só Deus dá sentido à vida e futuro ao homem, diz Bento XVI

Leonardo Meira
Da Redação

Papa chega à Praça de São Pedro para a Catequese
O Papa Bento XVI aproveitou a Catequese desta quarta-feira, 28, para fazer um resumo das "intensas e estupendas jornadas transcorridas" durante a Visita Pastoral à Alemanha, realizada entre quinta-feira, 22, e domingo, 25.

"Esses momentos foram um precioso presente que nos fizeram perceber novamente como é Deus quem dá à nossa vida o sentido mais profundo, a verdadeira plenitude, antes, que somente Ele dá a nós, dá a todos um futuro", destacou.
O Pontífice disse que a visita, com o
tema "Onde há Deus, há futuro", foi uma grande festa de fé e oportunidade para se encontrar com as pessoas e falar de Deus, de rezar juntos e confirmar os irmãos e as irmãs na fé.

29 de setembro de 2011

Catequese de Bento XVI sobre a viagem apostólica à Alemanha

Leonardo Meira
Da Redação


Praça de São Pedro
Quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Queridos irmãos e irmãs!

Como sabeis, de quinta-feira e domingo passados, realizei uma Visita Pastoral à Alemanha; estou feliz, portanto, como de costume, por aproveitar a ocasião da Audiência de hoje para percorrer convosco as intensas e estupendas jornadas transcorridas no meu País de origem. Atravessei a Alemanha de norte a sul, do leste ao oeste: da capital Berlim a Erfurt e a Eichsfeld e, enfim, a Friburgo, cidade próxima à fronteira com a França e a Suíça. Agradeço, antes de tudo, ao Senhor pela possibilidade que me ofereceu de me encontrar com as pessoas e falar de Deus, de rezarmos juntos e confirmar os irmãos e as irmãs na fé, segundo o particular mandato que o Senhor confiou a Pedro e aos seus sucessores. Essa visita, desenvolvida sob o tema "Onde há Deus, há futuro", foi verdadeiramente uma grande festa da fé: nos vários encontros e colóquios, nas celebrações, especialmente nas Missas solenes com o povo de Deus. Esses momentos foram um precioso presente que nos fizeram perceber novamente como é Deus quem dá à nossa vida o sentido mais profundo, a verdadeira plenitude, antes, que somente Ele dá a nós, dá a todos um futuro.

Com profunda gratidão, recordo a acolhida calorosa e entusiasta, bem como a atenção e o afeto a mim demonstrados nos vários lugares que visitei. Agradeço de coração aos Bispos alemães, especialmente aqueles das Dioceses que me hospedaram, pelo convite por quanto fizeram, juntamente com tantos colaboradores, para preparar esta viagem. Um vivo agradecimento dirijo igualmente ao Presidente Federal e a todas as autoridades políticas e civis a nível federal e regional. Sou profundamente grato a quantos contribuíram, de diversos modos, com o bom êxito da Visita, sobretudo aos numerosos voluntários. Assim, essa foi um grande dom para mim e para todos nós e suscitou alegria, esperança e um novo impulso de fé e de compromisso pelo futuro.

Na capital federal, Berlim, o Presidente Federal acolheu-me na sua residência e me deu as boas-vindas, em seu nome e de todos os seus conterrâneos, expressando a estima e o afeto por um Papa nativo da terra alemã. De minha parte, pude esboçar um breve pensamento sobre o relacionamento recíproco entre religião e liberdade, recordando uma frase do grande Bispo e reformador social Wilhelm von Ketteler: "Da mesma forma como a religião precisa da liberdade, assim também a liberdade precisa da religião".

De bom grado, acolhi o convite a dirigir-me ao Bundestag (Parlamento), aquele que foi certamente um dos grandes momentos de minha viagem. Pela primeira vez, um Papa pronunciou um discurso diante dos membros de um Parlamento alemão. Em tal ocasião, quis expor o fundamento do direito e do livre Estado de direito, isto é, a medida de todo o direito, inscrito pelo Criador no ser mesmo da sua criação. É necessário, por isso, alargar o nosso conceito de natureza, compreendendo-a não somente como um conjunto de funções, mas, mais do que isso, como linguagem do Criador para auxiliar-nos a discernir o bem do mal. Sucessivamente, houve também um encontro com alguns representantes da comunidade judaica na Alemanha. Recordando as nossas comuns raízes na fé no Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó, evidenciamos os frutos obtidos até agora no diálogo entre a Igreja Católica e o Judaísmo na Alemanha. Tive também a oportunidade de encontrar-me com alguns membros da comunidade muçulmana, concordando com eles acerca da importância da liberdade religiosa para um desenvolvimento pacífico da humanidade.

A Santa Missa no estádio olímpico, em Berlim, na conclusão do primeiro dia da Visita, foi uma das grandes celebrações litúrgicas que me deram a possibilidade de rezar juntamente com os fiéis e de encorajá-los na fé. Fiquei muito contente com a numerosa participação das pessoas! Naquele momento festivo e impressionante, meditamos sobre a imagem evangélica das videiras e dos ramos, isto é, sobre a importância de estarmos unidos a Cristo para a nossa vida pessoal de fiéis e para o nosso ser Igreja, seu corpo místico.

A segunda etapa da minha Visita foi na Turíngia. A Alemanha, e a Turíngia, de modo particular, é a terra da reforma protestante. Portanto, desde o início, quis ardentemente dar particular destaque ao ecumenismo no quadro desta viagem, e foi meu forte desejo viver um momento ecumênico em Erfurt, porque exatamente em tal cidade Martinho Lutero entrou na comunidade dos Agostinianos e ali foi ordenado sacerdote. Por isso, fiquei muito contente pelo encontro com os membros do Conselho da Igreja Evangélica na Alemanha e pelo ato ecumênico no ex-Convento dos Agostinianos: um encontro cordial que, no diálogo e na oração, levou-nos de modo mais profundo a Cristo. Vimos novamente o quanto seja importante o nosso comum testemunho da fé em Jesus Cristo no mundo de hoje, que frequentemente ignora a Deus ou não se interessa por Ele. É necessário o nosso esforço comum no caminho rumo a uma plena unidade, mas sempre somos bem conscientes de que não podemos "fazer" seja a fé, seja a unidade tão desejada. Uma fé criada por nós mesmos não tem nenhum valor, e a verdadeira unidade é, mais do que tudo, um dom do Senhor, o qual rezou e reza sempre pela unidade dos seus discípulos. Somente Cristo pode dar-nos essa unidade, e seremos sempre mais unidos na medida em que voltarmos a Ele e nos deixamos transformar por Ele.

Um momento particularmente emocionante foi, para mim, a celebração das Vésperas marianas diante do Santuário de Etzelsbach, onde me acolheu uma multidão de peregrinos. Desde jovem, tinha ouvido falar da região de Eichsfeld – porção de terra que permaneceu sempre católica em meio às várias vicissitudes da história – e dos seus habitantes que se opuseram corajosamente ás ditaduras do nazismo e do comunismo. Assim, fiquei muito contente por visitar essa Eichsfeld e o seu povo em uma peregrinação à imagem milagrosa da Virgem Dolorosa de Etzelsbach, onde, por séculos, os fiéis confiaram a Maria as próprias necessidades, preocupações, sofrimentos, recebendo conforto, graças e bênçãos. Além disso, foi tocante a Missa celebrada na magnífica Piazza del Duomo em Erfurt. Recordando os santos patronos da Turíngia – Santa Elisabete, São Bonifácio e São Kilian – e o exemplo luminoso dos fiéis que testemunharam o Evangelho durante os sistemas totalitários, convidei os fiéis a serem os santos de hoje, válidos testemunhos de Cristo, e a contribuir para construir a nossa sociedade. Sempre, de fato, foram os santos e as pessoas permeadas pelo amor de Cristo a transformar verdadeiramente o mundo. Comovente foi também o breve encontro com monsenhor Hermann Scheipers, o último sacerdote alemão vivo sobrevivente ao campo de concentração de Dachau. Em Erfurt, tive também a ocasião de encontrar algumas vítimas de abuso sexual por parte dos religiosos, aos quais quis assegurar a minha dor e minha proximidade em seus sofrimentos.

A última etapa da minha viagem levou-me ao sudoeste da Alemanha, na Arquidiocese de Friburgo. Os habitantes desta bela cidade, os fiéis da Arquidiocese e os numerosos peregrinos vindos das vizinhas Suíça e França e de outros Países reservaram-me uma acolhida particularmente festiva. Pude experimentá-lo também na Vigília de oração com milhares de jovens. Fiquei feliz ao ver que a fé na minha pátria alemã tem um rosto jovem, que é viva e tem um futuro. No sugestivo rito da luz, transmiti aos jovens a chama do círio pascal, símbolo da luz que é Cristo, exortando-os: "Vós sois a luz do mundo". Repeti a eles que o Papa confia na colaboração ativa dos jovens: com a graça de Cristo, são capazes de levar ao mundo o fogo do amor de Deus.

Um momento singular foi o encontro com os seminaristas no Seminário de Friburgo. Respondendo em um certo sentido à tocante carta que me enviaram algumas semanas antes, quis mostrar àqueles jovens a beleza e a grandeza do seu chamado por parte do Senhor e oferecer a eles algum auxílio para prosseguir o caminho de seguimento com alegria e em profunda comunhão com Cristo. Também no Seminário, pude encontrar-me, em uma atmosfera fraterna, com alguns representantes das Igrejas ortodoxas e ortodoxas orientais, dos quais nós, católicos, nos sentimos muito próximos. Exatamente desta ampla semelhança deriva também a missão comum de ser fermento para a renovação da nossa sociedade. Um amigável encontro com representantes do laicato católico alemão concluiu a série de eventos no Seminário.
 
A grande celebração eucarística dominical no aeroporto turístico de Friburgo foi um outro momento culminante da Visita pastoral, e a ocasião para agradecer a quantos se empenham nos vários âmbitos da vida eclesial, sobretudo os numerosos voluntários e colaboradores das iniciativas caritativas. São esses que tornam possíveis os múltiplos auxílios que a Igreja alemã oferece à Igreja universal, especialmente nas terras de missão. Recordei também que o seu precioso serviço será sempre fecundo, quando deriva de uma fé autêntica e viva, em união com os Bispos e o Papa, em união com a Igreja. Enfim, antes do meu retorno, falei com milhares de católicos comprometidos na Igreja e na sociedade, sugerindo algumas reflexões sobre a ação da Igreja em uma sociedade secularizada, com o convite de ser mais livre de fardos materiais e políticos para ser mais transparente a Deus.
 
Queridos irmãos e irmãs, esta Viagem Apostólica à Alemanha ofereceu-me uma ocasião propícia para encontrar os fiéis da minha pátria alemã, para confirmá-los na fé, na esperança e no amor, e compartilhar com eles a alegria de serem católicos. Mas a minha mensagem era destinada a todo o povo alemão, para convidas a todos a olhar o futuro com confiança. É verdade, "Onde há Deus, há futuro". Agradeço, mais uma vez, a todos aqueles que tornaram possível esta Visita e a quantos me acompanharam com a oração. O Senhor abençoe o Povo de Deus na Alemanha e abençoe a todos vós. Obrigado.



Ao final da Catequese, o Papa dirigiu aos peregrinos de língua portuguesa a seguinte saudação:

Amados peregrinos de língua portuguesa,
cordiais saudações para todos vós, de modo especial para os fiéis de Piracicaba e Belo Horizonte, de Bauru e Apucarana: convido-vos a olhar com confiança o vosso futuro em Deus. Com a graça de Cristo, sois capazes de levar ao mundo o fogo do amor de Deus. Sobre vós e vossas famílias desça a minha Bênção.

Fonte: http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=283689

Catequese de Bento XVI sobre o Salmo 22

Boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé
(tradução de Leonardo Meira - equipe CN Notícias)




Sala Paulo VI

Quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Queridos irmãos e irmãs,

na Catequese de hoje, gostaria de me aprofundar em um Salmo com fortes implicações cristológicas, que continuamente aflora nas narrações da paixão de Jesus, com a sua dúplice dimensão de humilhação e de glória, de morte e de vida. É o Salmo 22, segundo a tradição hebraica, 21 segundo a tradição greco-latina, uma oração dolorosa e tocante, de uma densidade humana e riqueza teológica que o tornam um dos Salmos mais rezados e estudados de todo o Saltério. Trata-se de uma longa composição poética, e nós nos deteremos particularmente sobre a primeira parte, centrada no lamento, para aprofundar algumas dimensões significativas da oração de súplica a Deus.

Esse Salmo apresenta a figura de um inocente perseguido e circundado por adversários que desejam a sua morte; e ele recorre a Deus em um lamento doloroso que, na certeza da fé, abre-se misteriosamente ao louvor. Na sua oração, a realidade angustiante do presente e a memória consoladora do passado alternam-se, em uma sofrida busca de consciência da própria situação desesperadora, que, contudo, não deseja renunciar à esperança. O seu grito inicial é um apelo dirigido a um Deus que parece distante, que não responde e parece tê-lo abandonado:

"Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?
E permaneceis longe de minhas súplicas e de meus gemidos?
Meu Deus, clamo de dia e não me respondeis;
imploro de noite e não me atendeis" (vv. 2-3)

Deus silencia-se, e esse silêncio lacera a alma do orante, que incessantemente chama, mas sem encontrar resposta. Os dias e as noites sucedem, em uma busca inestancável de uma palavra, de um auxílio que não vem; Deus parece tão distante, tão esquecido, tão ausente. A oração pede escuta e resposta, solicita um contato, busca uma relação que possa dar conforto e salvação. Mas, se Deus não responde, o grito de auxílio se perde no rosto e na solidão tornada insustentável. E ainda assim, o orante do nosso Salmo, por três vezes, no seu grito, chama o Senhor de "meu" Deus, em um extremo ato de confiança e de fé. Não obstante toda a aparência, o Salmista não pode crer que o vínculo com o Senhor tenha sido interrompido totalmente; e, enquanto questiona o porquê de um presunto abandono incompreensível, afirma que o "seu" Deus não pode o abandonar.
Come se nota, o grito inicial do Salmo, "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?", é reportado pelos Evangelhos de Mateus e de Marcos como o grito lançado por Jesus morrendo na cruz (cf. Mt 27,46; Mc 15,34). Isso expressa toda a desolação do Messias, Filho de Deus, que está enfrentando o drama da morte, uma realidade totalmente oposta ao Senhor da vida. Abandonado por quase todos os seus, traído e renegado pelos discípulos, entornado por quem o insulta, Jesus está sob o peso esmagador de uma missão que deve passar pela humilhação e aniquilamento. Por isso grita ao Pai, e o seu sofrimento assume as palavras dolorosas do Salmo. Mas o seu não é um grito desesperado, como não o era aquele do Salmista, que na sua súplica percorre um caminho atormentado de névoas, mas, sim, encontra-se em uma perspectiva de louvor, na confiança da vitória definitiva. E porque, no costume hebraico, citar ao início de um Salmo implicava uma referência a todo o poema, a oração agonizante de Jesus, ainda que mantendo a sua carga de indizível sofrimento, abre-se à certeza da glória. "Porventura não era necessário que Cristo sofresse essas coisas e assim entrasse na sua glória?", dirá o Ressuscitado aos discípulos de Emaús (Lc 24,26). Na sua paixão, em obediência ao Pai, o Senhor Jesus atravessa o abandono e a morte para chegar à vida e doá-la a todos os crentes.

A esse grito inicial de súplica, no nosso Salmo 22, segue-se, em doloroso contraste, a recordação do passado:

"Nossos pais puseram sua confiança em vós,
esperaram em vós e os livrastes.
A vós clamaram e foram salvos;
confiaram em vós e não foram confundidos" (vv. 5-6)

Aquele Deus que hoje, ao Salmista, parece tão distante, é, contudo, o Senhor misericordioso que Israel sempre experimentou em sua história. O povo a que o orante pertence foi alvo do amor de Deus e pôde testemunhar a sua fidelidade. A começar pelos Patriarcas, e depois no Egito e na longa peregrinação pelo deserto, na permanência na terra prometida em contato com populações agressivas e inimigas, até a escuridão do exílio, toda a história bíblica foi uma história de grito de auxílio por parte do povo e de respostas salvíficas por parte de Deus. E o Salmista faz referência à constante fé dos seus pais, que "confiaram" – por três vezes essa palavra é repetida – sem nunca ficarem desiludidos. Agora, todavia, parece que essa cadeia de invocações confiantes e respostas divinas se interrompe; a situação do Salmista parece desmentir toda a história da salvação, tornando ainda mais dolorosa a realidade presente.

Mas Deus não pode se contradizer, e eis então que a oração volta a descrever a situação penosa do orante, para induzir o Senhor a ter piedade e intervir, como tinha sempre feito no passado. O Salmista define-se como um "verme, não sou homem, o opróbrio de todos e a abjeção da plebe" (v. 7), é ridicularizado, escarnecido (cf. v. 8) e ferido exatamente na fé: "Esperou no Senhor, pois que ele o livre, que o salve, se o ama" (v. 9), dizem. Sob os golpes zombeteiros da ironia e da provocação, parece quase que o perseguido perde as próprias conotações humanas, como o Servo sofredor esboçado no Livro de Isaías (cf. Is 52,14; 53,2b-3). E como o justo oprimido do Livro da Sabedoria (cf. 2,12-20), como Jesus no Calvário (cf. Mt 27,39-43), o Salmista coloca em questão o seu relacionamento com o seu Senhor, no realce cruel e sarcástico disto que o está fazendo sofrer: o silêncio de Deus, a sua aparente ausência. No entanto, Deus esteve presente na existência do orante com uma proximidade e uma ternura incontestáveis. O Salmista recorda-o ao Senhor: "Sim, fostes vós que me tirastes das entranhas de minha mãe e, seguro, me fizestes repousar em seu seio. Eu vos fui entregue desde o meu nascer" (vv. 10-11a). O Senhor é o Deus da vida, que faz nascer e acolhe o recém-nascido e toma cuidado dele com afeto de pai. E, se antes era feita memória da fidelidade de Deus na história do povo, agora o orante evoca a própria história pessoal de relacionamento com o Senhor, ressaltando o momento particularmente significativo do início da sua vida. E ali, não obstante a desolação do presente, o Salmista reconhece uma proximidade e um amor divinos tão radicais a ponto de poder agora exclamar, em uma confissão plena de fé e geradora de esperança: "desde o ventre de minha mãe vós sois o meu Deus" (v. 11b).

O lamento torna-se, então, súplica do coração: "Não fiqueis longe de mim, pois estou atribulado; vinde para perto de mim, porque não há quem me ajude" (v. 12). A única proximidade que o Salmista percebe e que o espanta é aquela dos inimigos. É, portanto, necessário que Deus se faça próximo e socorra, porque os inimigos circundam o orante, cercam-no, e são como touros numerosos, como leões que abrem suas fauces para rugir e arrebatar (cf. vv. 13-14). A angústia altera a percepção do perigo. Os adversários parecem invencíveis, tornam-se animais ferozes e perigosíssimos, enquanto o Salmista é como um pequeno verme, impotente, sem defesa alguma. Mas essas imagens usadas no Salmo servem também para dizer que, quando o homem torna-se brutal e agride o irmão, algo de animalesco toma conta dele, parece perder toda a aparência humana; a violência tem sempre em si algo de bestial e somente a intervenção salvífica de Deus pode restituir o homem à sua humanidade. Ora, para o Salmista, objeto de tantas ferozes agressões, parece não haver mais escapatória, e a morte começa a tomar posse dele: "Derramo-me como água, todos os meus ossos se desconjuntam; [...] minha garganta está seca qual barro cozido, pega-se no paladar a minha língua [...] repartem entre si as minhas vestes, e lançam sorte sobre a minha túnica" (vv. 15.16.19). Com imagens dramáticas, que se reencontram nas narrativas da paixão de Cristo, descreve-se o desfalecimento do corpo condenado, a sede insuportável que atormenta o homem moribundo e que encontra eco no pedido de Jesus: "Tenho sede" (cf. Jo 19,28), para chegar ao gesto definitivo dos algozes que, como os soldados sob a cruz, repartem entre si as vestes da vítima, considerada já morta (cf. Mt 27,35; Mc 15,24; Lc 23,34; Jo 19,23-24).

Eis então, urgente, de novo o pedido de socorro: "Porém, vós, Senhor, não vos afasteis de mim; ó meu auxílio, bem depressa me ajudai. […] Salvai-me" (vv. 20.22a). É esse um grito que adentra os céus, porque proclama uma fé, uma certeza que vai para além de toda a dúvida, de toda a escuridão e de toda a desolação. E o lamento transforma-se, cede lugar à oração no acolhimento da salvação: "Então, anunciarei vosso nome a meus irmãos, e vos louvarei no meio da assembleia" (vv. 22c-23). Assim, o Salmo abre-se à ação de graças, ao grande hino final que envolve todo o povo, os fiéis do Senhor, a assembleia litúrgica, as gerações futuras (cf. vv. 24-32). O Senhor vem em auxílio, salvou o pobre e lhe mostrou o seu rosto de misericórdia. Morte e vida se entrecruzam em um mistério inseparável, e a vida triunfou, o Deus da salvação se mostrou no Senhor de modo incontestável, tanto que todos os confins da terra O celebrarão e diante d'Ele todas as famílias dos povos se prostrarão. É a vitória da fé, que pode transformar a morte em dom da vida, o abismo do dor em fonte de esperança.

Irmãos e irmãs caríssimos, esse Salmo nos levou ao Gólgota, aos pés da cruz de Jesus, para reviver a sua paixão e compartilhar a alegria fecunda da ressurreição. Deixemo-nos, portanto, invadir pela luz do mistério pascal também na aparente ausência de Deus, também no silêncio de Deus, e, como os discípulos de Emaús, aprendamos a discernir a verdadeira realidade para além das aparências, reconhecendo o caminho da exaltação exatamente na humilhação, e o pleno manifestar-se da vida na morte, na cruz. Assim, recolocando toda a nossa confiança e a nossa esperança em Deus Pai, em cada angústia, possamos rezar também nós a Ele com fé, e o nosso grito de súplica se transforme em canto de louvor. Obrigado.




Ao final da Catequese, o Papa dirigiu aos peregrinos de língua portuguesa a seguinte saudação:

Dirijo a minha saudação amiga aos membros da União Missionária Franciscana, vindos de Portugal, aos brasileiros do Grupo Vocacional e a todos os demais peregrinos lusófonos aqui presentes. Neste dia da Exaltação da Santa Cruz, deixemo-nos invadir pela luz do mistério pascal, para reconhecermos o caminho da exaltação precisamente na humilhação, colocando toda a nossa esperança em Deus, e assim o nosso grito de ajuda transformar-se-á em cântico de louvor. E que a bênção de Deus desça sobre vós e vossas famílias!

Fonte: http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=283690

contanto

Ei pessoal, bom dia!

Sei que peguei um pouco pesado e por isso quero pedir desculpas, mas infelizmente um blog para ser bom, não precisa parecer uma escola de samba, cheio de alegorias e adereços, rs.

Agora quero compartilhar algo muito legal que está acontecendo nas turminhas da minha mãe e na minha. Não sei se lembram dos telefones que postei aqui para ajudar em cada momento, quem não viu ou não lembra, só clicar AQUI.

Esses telefones estão fazendo o maior sucesso com as crianças. Elas realmente se interessaram pela bíblia e através deles, estão procurando. Isso é tão gostoso de saber... Espero que quem tenha utilizado, esteja tendo o mesmo resultado.

Beijinhos
Boa quinta-feira

Leitura para todo Catequista

Bom Dia povo de DEUS!!

Vi no blog da Lucyanna Rodrigues em Catequista, semeando amor e adorei, resolvi compartilhar. Todo catequista e canditado a ser deveria ler.

Bjos e bom dia a todos.

Beta
 
 
10 COISAS QUE TODO CANDIDATO A CATEQUISTA DEVERIA SABER

1ª – Você está sendo convidado para uma missão e não para uma simples tarefa que qualquer um executa. Encare a catequese como algo sério, comprometedor, útil. Suas palavras e suas ações como catequista terão efeito multiplicador se forem realizadas com ânimo e compromisso;

2ª – Sorria ao encontrar seus catequizandos. Um catequista precisa sorrir mesmo quando tudo parece desabar. Execute sua tarefa com alegria e não encare os encontros de catequese como um fardo e ser carregado;

3ª – Se no primeiro contratempo que aparecer você desistir, é melhor nem começar. A catequese, assim como qualquer outra atividade, apresenta situações difíceis. Mas que graça teria a missão de um catequista se tudo fosse muito fácil? Seja insistente e que sua teimosia lhe permita continuar nesta missão e não abandonar o barco na primeira situação adversa;

4ª – Torne os pais de seus catequizandos aliados e não inimigos. Existem muitos pais que não querem nada com nada na catequese. Mas procure centrar o seu foco naqueles que estão empolgados, interessados e são participantes ativos. Não fiquei apenas reclamando as ausências. Vibre com as presenças daqueles que são compromissados com a catequese e interessados pela vida religiosa de seus filhos;

5ª – Lembre-se sempre que você é um catequista da Igreja Católica. Por isso você precisa defender as doutrinas e os ensinamentos católicos. Alguns catequistas que se aventuram da tarefa da catequese, as vezes, por falta de preparo, acabam fazendo, nos encontros, um papel contrário aquilo que a Igreja prega sobre diversos assuntos. Isso é incoerência das maiores;

6ª – Não esqueça da sua vida pessoal. Por ser catequista, a visibilidade é maior. Então cuide muito dos seus atos fora da Igreja. Não precisa ser um crente, mas é preciso falar uma coisa e agir da mesma forma. A incoerência nas ações de qualquer cristão, passa a ser um tiro no pé;

7ª – Saiba que você faz parte de um grupo de catequistas e não é um ser isolado no mundo. Por isso, se esforce para participar das reuniões propostas pela equipe da sua catequese. Procure se atualizar dos assuntos discutidos e analisados nestas reuniões. Esta visão comunitária é essencial na catequese. Catequista que aceita a mudar catequese e acha que o seu trabalho é apenas com os encontros, está fora de uma realidade de vivência em grupo;

8ª – Freqüente a missa. Falamos tanto nisso nos encontros, reuniões e retiros de catequese e cobramos que os jovens e os pais não freqüentam as celebrações no final de semana. O pior é que muitos catequistas também não vão à missa. Como exigir alguma coisa se não damos o exemplo?

9ª – Seja receptivo com todos, acolhedor, interessado. Mas isso não significa ser flexível demais. Tenha regras de conduta, acompanhe a freqüência de cada um de seus jovens, deixe claro que você possui comando. Fale alto, tenha postura corporal nos encontros, chegue no horário marcado, avise com antecedência quando precisar se ausentar, mantenha contato com os pais pelo menos uma vez por mês. Você é o catequista e, através de você, o reino de Deus está sendo divulgado. Por isso, você precisa não apenas “aparentar”, mas ser catequista por inteiro;

10ª – Seja humilde para aprender. Troque idéias com os seus colegas catequistas. Peça ajuda se for necessário. Ouça as sugestões e nunca pense que você é o melhor catequista do mundo. Não privilegie ninguém e trate todos com igualdade. Somos apenas instrumentos nas mãos de Deus. É Ele quem opera quem nos conduz e, através de nós, evangeliza. Seja simples, humilde e ao mesmo tempo forte e guerreiro para desempenhar a sua missão.

Ela acrescentou esse último:
11ª - Seja grato ao Senhor pelo presente que Ele lhe concedeu! Quanta confiança depositada, quanto amor em lhe permitir semear amor!

28 de setembro de 2011

Desabafo x Dica

Ei pessoal!
Queria fazer um desabafo e dar uma dica a todos os blogueiros.

Alguns blogs estão pesados demais o que dificulta a leitura. É muito ruim entrar num blog colorido demais, cheio de balangandans, fotos e mais fotos e muito mais fotos. Até a página carregar, eu que odeio entrar em blogs assim, desisto e saio na mesma hora. Blogs com muitas cores dificulta a leitura.

Outra coisa que eu acho muito chato é blog com música. Seja ela qual for. Isso torna mais pesado ainda o blog e chato. Toda hora que você muda a página no blog, mesmo você tendo pausado a música, ela volta. Sei que é tudo bonitinho e tal, mas um blog, quanto menos carregado, mais limpo e com cores mais suaves é melhor a leitura.

Isso aprendi com o tempo. Eu não tenho tempo de ficar comentando em todos os blogs da lista do catequista unidos, meu tempo agora ficará mais curto ainda, pois estou mudando de emprego, então os blogs que são assim, muito pesados, infelizmente eu não terei tempo de esperar carregar todas as coisas.

Não adianta você atualizar todo dia, com um monte de coisas sobre tudo, se ninguém aguenta entrar no seu blog, por mais que seja interessante, pois ele não é agradável.

Desculpe se fui até dura, mas assim como fizeram um manifesto sobre as letrinhas na hora de comentar, que eram chatas, eu deixo esse recado.

Encontro Final sobre a Bíblia

Bom dia Pessoal!


Semana passada falamos sobre a bíblia, onde entregamos essa folha abaixo para cada criança, lemos e falamos de forma mais clara o que significa cada passo.  

(Clique na imagem para ampliá-la)

Neste próximo encontro de sábado, será o último sobre a bíblia. Encontrei essa atividade no livro Crescer em Comunhão, da Editora Vozes e fiz no word, pois no livro para tirar cópia seria de várias páginas, não ficaria legal.  
(Clique na imagem para ampliá-la.)


Este segundo é que ensina como encontrar uma citação Bíblica, encontrei em algum blog que não me lembro agora qual foi. Se for de alguém, me diga para eu colocar os devidos créditos.

(Clique na imagem para ampliá-la.)

Beijão pessoal, espero que gostem.
Bom restinho de semana.

Votação

Ei Pessoal!!!

Estou sumida, mas é por conta do EJC que vou participar essa semana. Está tudo bem corrido. Pra quem não conhece o Encontro de Jovens com Cristo (EJC), é um encontro estilo ECC, porém para jovens. Não posso contar mais, porque é segredo hehehehe.

Mas vamos lá... Está rolando a Promoção no Blog do Jonathan Cruz, eu estou concorrendo, gostaria de solicitar a colaboração de todos... é só Marcar meu nomezinho e clicar em Votar =) Segue abaixo como está meu nome lÁ.

CLIQUE AQUI E VOTE EM ROBERTA (BETA)


Vote quantas vezes puderem =)

Bjos e ótima semana a todos

23 de setembro de 2011

Eii!

Ei Pessoal!!!


Depois de um maravilhoso Encontro de Jovens com Cristo (EJC), volto no final da semana... estava muito cansada hehehehhee

Essas últimas semanas foram bem agitadas.

Volto mais tarde com o que vou fazer na catequese deste sábado.

bjs

12 de setembro de 2011

Selinho

Ei pessoal!

Recebi este selinho do Blog Catequese Kids foi uma ideia do Jonathan, segue aí as palavras da Layse

    O nosso amigo Jonathan, do blog Jonathan Cruz está lançando uma campanha bem interessante... Ele nos lembra o quanto é importante fazer comentários nos blogs que visitamos. Como é bom abrir a nossa página e ver que alguém não só passou, mas, nos deixou um "Oi", deixou uma palavra amiga, e deixou uma crítica ou elogio! Eu gosto bastaannte e você?
    O Jonathan também gosta muito de receber um recado, por isso ele lançou essa campanha para não esquecermos de deixar um recado nos blogs que visitamos. Ele nos lembra também de uma das regrinhas de participação do grupo de CATEQUISTAS UNIDOS, que é de sempre visitar os blogs do grupo e deixar um OI naqueles que passarmos...
   Quero dedicar o selinho abaixo para 10 blogs amigos. Para que continuem a campanha e não deixem esse corrente acabar!


Dedico para os blogs a seguir:
1 - Ninos da Catequese
2 - Catequista Gisa
3 - Catequese Casa Forte
4 - Catequese Caminhando
5 - Blog da Nena
6 - Catequista Decca
7 - Catequizando com Jesus
8 - Águas Profundas
9 - Catequese N'atividade
10 - Jardim da Boa Nova

1 de setembro de 2011

A CANETA DA FÉ

A mãe de Raquel ficou surpresa ao ver a filha com seu novo livro de histórias bíblicas, circulando, com uma caneta, a palavra Deus toda vez que esta aparecia.
 
Reprimindo seu desejo de repreender a menina por estragar o livro novo, calmamente a mãe perguntou:
"Por que você está fazendo isso?" 

Raquel respondeu objetivamente:
“Para que eu saiba onde achar Deus na hora que eu precisar dele."

Apesar da ingenuidade da criança, ela teve a idéia certa.
Nas horas de grande aflição, precisamos saber onde achar, na Bíblia, a ajuda do Senhor.

Quantas vezes, ao enfrentar uma grande provação, ficamos desnorteados sem saber o que fazer e a quem buscar para aliviar a pressão que nos envolve e para nos orientar sobre que decisões tomar?

Como um manual de consolo e socorro espiritual, a Palavra de Deus nos traz as respostas que certamente darão paz e alegria aos nossos corações mesmo nas horas de grandes tormentas.

Quando estivermos enfrentando uma prova de enfermidade, apresentemos tudo ao Médico dos médicos que afirmou: "Eu Sou o Senhor que Te sara."

Ao enfrentar o desemprego ou a falta de dinheiro para algo importante, apeguemo-nos à palavra: "Deus suprirá todas as vossas necessidades."

Se as forças nos faltam e tudo parece perdido, alegremo-nos e descansemos diante do Pai que nos diz: "Sou Teu Deus; Eu Te fortaleço, e Te ajudo, e Te sustento."

Se nos sentimos abandonados por tudo e por todos, confiemos no que disse o Senhor Jesus: "Eis que Eu estou convosco todos os dias."

Precisamos circular as promessas maravilhosas de Deus com a caneta da nossa fé e trazê-las coladas bem junto aos nossos olhos espirituais para que a elas recorramos todas as vezes que forem necessárias.

A sua caneta da fé está carregada? Você a tem usado?

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