23 de novembro de 2011

Sem o dia do Senhor não podemos Viver


“Sem o dia do Senhor não podemos viver”
Pe. Carlos Gustavo Haas
O documento de Aparecida, que agora está se tornando cada vez mais conhecido entre os católicos, quando fala dos “lugares de encontro com Jesus Cristo”, no capítulo VI, números 252 e 253, nos fala da importância de vivermos integralmente o Domingo, Dia do Senhor.

“Entende-se a grande importância do preceito dominical de ‘viver segundo o domingo’, como necessidade interior do cristão, da família cristã, da comunidade paroquial. Sem uma participação ativa na celebração eucarística dominical e nas festas de receito, não existirá um discípulo missionário maduro. Cada grande reforma na Igreja está vinculada ao redescobrimento da fé na Eucaristia. Por causa disso, é importante promover a ‘pastoral do domingo’ e dar a ela ‘prioridade nos programas pastorais’, para novo impulso na evangelização do povo de Deus no Continente latino-americano” (252). Sabemos no entanto que no Brasil, mais de 70% das comunidades não podem participar de uma celebração eucarística dominical, pois não têm um presbítero para presidi-la. Uma grande dor e um grande desafio que a Igreja tem dificuldade de responder. Essas milhares de pessoas, diz Aparecida, “também elas podem e devem viver ‘segundo o domingo’. Podem alimentar seu já admirável espírito missionário participando da ‘celebração dominical da Palavra’, que faz presente o Mistério Pascal no amor que congrega (cf. Jo 3,14), na Palavra acolhida (Jo 5, 24-25) e na oração comunitária (cf. Mt 18,20)”.

Transcrevo uma parte da Homilia do Papa Bento XVI, proferida no dia 09 de setembro de 2007, na Catedral de Viena, Áustria. São palavras que podem nos ajudar a valorizar cada vez mais nossas celebrações dominicais. “Sem o dom do Senhor, sem o Dia do Senhor não podemos viver”: assim responderam no ano 304 alguns cristãos de Abitinia, atual Tunísia, quando, surpreendidos na celebração eucarística dominical, que estava proibida, foram conduzidos ante o juiz, que lhe perguntou por que, no Domingo, haviam celebrado a liturgia, sabendo que isso implicava castigo de morte. Na palavra “domingo” estão enlaçados indissoluvelmente dois significados, cuja unidade devemos novamente aprender a perceber. Encontra-se sobretudo o dom do Senhor – este dom é Ele mesmo: o Ressuscitado, de cujo contato e proximidade os cristãos têm necessidade para serem eles mesmos. Este, no entanto, não é apenas um contato espiritual, interno, subjetivo: o encontro com o Senhor inscreve-se no tempo através de um dia preciso. E desta maneira inscreve-se em nossa existência concreta, corpórea e comunitária, que é temporalidade. Dá a nosso tempo, e portanto a nossa vida em seu conjunto, um centro, uma ordem interior.

Para aqueles cristãos, a celebração eucarística dominical não era um preceito, mas uma necessidade interior. Sem aquele que sustenta nossa vida com seu amor, a própria vida é vazia. Abandonar ou trair este centro tira da vida seu fundamento, sua dignidade interior e sua beleza.

Essa atitude dos cristãos do século IV é válida também para nós, que temos necessidade de uma relação que nos sustente e dê orientação e conteúdo a nossa vida. Também nós temos necessidade de contato com o Ressuscitado, que nos sustenta para além da morte. Temos necessidade deste encontro que nos reúne, que nos dá um espaço de liberdade, que nos faz olhar mais além do ativismo da vida diária o amor criador de Deus, do qual viemos e para o qual caminhamos.

«Sem o Dia do Senhor não podemos viver». Sem o Senhor e o dia que Lhe pertence não se realiza uma vida bem conquistada. O Domingo, em nossas sociedades ocidentais, transformou-se em um fim de semana, em tempo livre. O tempo livre, especialmente na pressa do mundo moderno, certamente é uma coisa bela e necessária. Mas se o tempo livre não tem um centro interior, do qual provém uma orientação em seu conjunto, acaba por ser tempo vazio que não nos fortalece e descansa. O tempo livre precisa de um centro – o encontro com Aquele que é nossa origem e nossa meta. Lembro a frase do cardeal Faulhaber: «Dá à alma seu Domingo, dá ao Domingo sua alma». Precisamente porque no Domingo se trata em profundidade o encontro, na Palavra e no Sacramento, com o Cristo ressuscitado, o alcance deste dia abraça a realidade inteira. Os primeiros cristãos celebraram o primeiro dia da semana como Dia do Senhor, porque era o dia da ressurreição.

Contudo, muito logo a Igreja tomou consciência também do fato de que o primeiro dia da semana é o dia da manhã da criação, o dia no qual Deus disse «Faça-se a luz» (Gêneses 1, 3). Por isso, o Domingo é para a Igreja também a festa semanal da criação – a festa do agradecimento e da alegria pela criação de Deus. Em uma época na qual, por causa de nossas intervenções humanas, a criação parece exposta a múltiplos perigos, temos de acolher conscientemente inclusive esta dimensão do Domingo. Para a Igreja primitiva, o primeiro dia, depois, assimilou progressivamente também a herança do sétimo dia, o sabbat. Participamos do repouso de Deus, um repouso que abraça todos os homens. Assim percebemos neste dia um pouco de liberdade e da igualdade de todas as criaturas de Deus”. Que estas palavras do Papa Bento XVI e do documento de Aparecida sejam estímulo para prepararmos cada vez mais e melhor nossas celebrações dominicais.

Liturgia em Mutirão II - CNBB

10 comentários:

  1. Roberta passei para visitá-la seu blog está lindo e as postagem muito interessantes... Um beijo e Deus te abençoe. Regina

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  2. Texto muito bom, obrigada por traze-lo ao nosso conhecimento!

    Bjokas da Rê Furlan

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  3. Olá
    Hoje estou dedicando um tempo para as visitas aos Catequistas Unidos...
    Gostaria de saber onde acha que poderíamos melhorar... e como poderíamos nos unir cada vez mais, para honra e glória do Senhor!
    Que sou ansiosa acho que todos já perceberam...rs Estou montando um planejamento para 2012 e gostaria de sua ajuda... veja a minha postagem de hoje.
    Paz de Cristo!

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  4. É Natal.
    Tempo de fé.
    Felicidade nos corações humanos.
    Esperança de dias melhores.
    Inspirações de amor.
    Família reunida.
    União cristã.
    Encontros acontecendo.
    Festa preparada.
    Estrela brilhando,
    Cristo nascendo.
    Tempo preparado, para vê-lo chegar.
    Céu aplaudindo.
    Caminhos se abrindo.
    Vida florindo.
    Mundo sorrindo.
    Fraternidade se manifestando.
    Gente perdoando.
    Mãos se juntando.
    Humanidade agradecendo.
    Tudo é prece.
    E momento de paz.
    Ele veio para nos salvar...
    Por isto
    É Natal!



    Feliz Natal pra vc e sua familia...Enia

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  5. Passei para desejar um feliz natal cheio de paz, e saúde e dizer que semana que vem de Segunda a Sexta-Feira, darei um presente para cada integrante do grupo, isso mesmo, CADA INTEGRANTE. Não perca. Também preparei uma mensagem para vocês lá no blog veja, foi feita com muito carinho.

    blogjonathancruz.blogspot.com

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  6. Que a alegria e a esperança trazidas por Cristo no Natal estejam sempre presentes em sua vida.

    Feliz Natal!!!

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  7. Que a alegria e a esperança trazidas por Cristo no Natal estejam sempre presentes em sua vida.

    Feliz Natal!!!

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  8. Olá Querida, que visita surpresa heim? Sumiu por que? Fiquei feliz de ver seu comentário lá em meu blog. Espero que em 2012 você volte com tudo em seu blog, precisamos de você.

    Te dedico esta simples mensagem:

    De repente, num instante fugaz, os fogos de artifício anunciam que o ano novo está presente e o ano velho ficou para trás. De repente, num instante fugaz, as taças de champagne se cruzam e o vinho francês borbulhante anuncia que o ano velho se foi e ano novo chegou. De repente, os olhos se cruzam, as mãos se entrelaçam e os seres humanos, num abraço caloroso, num so pensamento, exprimem um só desejo e uma só aspiração: PAZ E AMOR. De repente, não importa a nação, não importa a língua, não importa a cor, não importa a origem, porque todos são humanos e descendentes de um só Pai, os homens lembram-se apenas de um só verbo: amar. De repente, sem mágoa, sem rancor, sem ódio, os homens cantam uma só canção, um só hino, o hino da liberdade. De repente, os homens esquecem o passado, lembram-se do futuro venturoso, de como é bom viver. De repente, os homens lembram-se da maior dádiva que têm: a vida. De repente, tudo se transforma e chega o ano radiante de esperança, porque só o homem pode alterar os rumos da vida. De repente, o grito de alegria, pelo novo ano que aparece.

    FELIZ ANO NOVO!

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  9. Feliz e abençoado 2012, paz e luz, Shenia.

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  10. Oi, Roberta
    passando para deseja um feliz e abençoado ano novo e pedindo a Deus que derrame muitas bênçãos sobre vc e sua caminhada na catequese. espero que volte a postar, pois seu blog é um dos mais fofos que eu conheço... um grande beijo e fique com Deus.

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